O aumento dos preços dos combustíveis segue pressionando o orçamento de milhões de pessoas, que tentam acomodar entre as despesas cotidianas os valores recordes registrados nas bombas. No esforço de reduzir os deslocamentos para economizar, vale cortar passeios e viagens e também repensar as distâncias até o trabalho ou a escola dos filhos. 

A professora Juliete Castro Oliveira só percebeu o quanto gastava com combustível quando veio o isolamento social, em março de 2020. Ao colocar na ponta do lápis, ela viu que chegava a rodar até 43 km em um único dia, para dar conta de três turnos de trabalho. Sem poder sair de casa, começou a sobrar dinheiro no final do mês. 

Mas o que foi uma boa notícia no começo da pandemia, virou preocupação conforme a flexibilização avançou. Com a volta do trabalho presencial e o preço da gasolina disparando, ela precisou mudar o estilo de vida para poder retomar suas atividades. O jeito foi alugar a casa própria e se mudar para mais perto de um de seus locais de trabalho, reduzindo o gasto com gasolina. Com a solução, o dinheiro que antes ficava no posto, agora ajuda a pagar o aluguel. 

O peso da localização na escolha do imóvel

A história de Juliete contada em reportagem da BBC Brasil traduz as principais descobertas de uma pesquisa realizada pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), em parceria com a consultoria Brain, que evidencia o aumento no número de pessoas priorizando a proximidade do trabalho na hora de escolher onde morar. 

Seja por economia, praticidade ou para melhorar a qualidade de vida, 71% dos entrevistados disseram estar dispostos a pagar mais no imóvel para percorrer distâncias mais curtas até o escritório. A localização é o principal critério de decisão de compra para 81% das pessoas, superando até mesmo o preço, segundo item mais citado (70%). Segurança (43%), condições de pagamento (32%) e metragem (27%) aparecem respectivamente como outros fatores importantes.

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio do litro da gasolina no país atingiu R$ 7,270 na última semana de abril, uma alta de 0,70% em relação à semana anterior. Dados históricos da agência indicam tratar-se do maior preço desde o início do levantamento semanal, em 2004. Diante deste cenário, a tendência é que as pessoas continuem avaliando o custo-benefício entre o deslocamento até o trabalho e a mudança de endereço para mais perto do escritório.

Localização privilegiada dos apartamentos da Yuca 

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